Em meio a desafios econômicos e demandas crescentes, os fundos de investimento em infraestrutura têm se destacado como protagonistas na mobilização de recursos para projetos vitais ao desenvolvimento do Brasil. Neste artigo, exploramos dados, oportunidades e práticas para investidores e gestores.
Em 2025, o Brasil deve alocar R$ 277,9 bilhões em infraestrutura, representando crescimento de 4,16% em relação a 2024. Esse montante equivale a participação de 2,21% do PIB, ainda distante dos 4% recomendados por especialistas para um salto sustentável no desenvolvimento.
A maior parte dos recursos, cerca de R$ 197,1 bilhões em 2024, foi aportada pela iniciativa privada, evidenciando o protagonismo do setor privado por meio de concessões, privatizações e parcerias público-privadas (PPPs).
Os Fundos de Investimento em Infraestrutura (FI-Infras) destinam-se a financiar projetos de grande impacto, por meio da compra de debêntures incentivadas emitidas por empresas envolvidas em obras e serviços de infraestrutura. Essas debêntures contam com incentivos fiscais especiais e são estruturadas para atrair capital de investidores institucionais e de varejo.
Ao aplicar em um FI-Infra, o cotista participa indiretamente de projetos de transportes, saneamento, energia, portos e mobilidade urbana, recebendo rendimentos periódicos, geralmente mensais, provenientes dos fluxos de caixa desses ativos.
Uma das características mais atraentes dos FI-Infras é a isenção de imposto de renda tanto sobre a venda das cotas quanto sobre a distribuição dos dividendos. Essa vantagem fiscal potencializa o retorno líquido e torna esses fundos competitivos frente a outras classes de ativos.
Apesar das vantagens, os FI-Infras enfrentam obstáculos relevantes. O cenário de juros elevados encarece o custo da dívida para empresas emissoras, impactando a rentabilidade dos projetos. Além disso, a liquidez dos fundos pode ficar comprometida em períodos de estresse, devido ao caráter de longo prazo dos ativos.
Alguns setores oferecem maior dinamismo e oportunidades para FI-Infras em 2025:
Para ilustrar o avanço do setor, apresentamos um quadro comparativo dos investimentos totais e da alocação privada:
O crescimento dos FI-Infras permanece otimista, impulsionado pela carência crônica de infraestrutura no país e pelos incentivos fiscais. A expectativa é que novas emissões alcancem níveis recordes, semelhante à captação de R$ 138 bilhões em debêntures incentivadas em 2024, com negociações secundárias próximas de R$ 254 bilhões.
Estratégias como descontos na negociação de cotas, quando abaixo do valor patrimonial, podem gerar oportunidades de entrada mais atraentes para investidores atentos.
Antes de investir, é fundamental:
Contar com assessoria especializada e diversificar entre diferentes fundos são práticas recomendadas para mitigar riscos e aproveitar as melhores oportunidades.
O crescimento dos fundos de infraestrutura no Brasil reflete a necessidade urgente de modernizar o país e atender às demandas de longo prazo. Com vantagens fiscais relevantes e potencial de retornos consistentes, os FI-Infras se consolidam como peças-chave na estratégia de investimentos voltada ao desenvolvimento nacional.
Mesmo diante de desafios macroeconômicos, investidores podem encontrar oportunidades valiosas por meio de análises criteriosas e abordagens diferenciadas. Ao compreender o funcionamento dos fundos, seus riscos e benefícios, é possível contribuir para a construção de uma infraestrutura robusta e colher resultados financeiros sustentáveis.
Referências