Nos últimos anos, o setor de infraestrutura no Brasil tem se transformado em um verdadeiro motor para investidores que buscam rentabilidade consistente e proteção contra a inflação. Diante de um cenário econômico desafiador, os Fundos de Infraestrutura (FI-Infra) emergem como uma alternativa de investimento estratégica e eficiente, oferecendo aos aportadores a oportunidade de participar de projetos de grande impacto social e estrutural.
Com um ambiente regulatório favorável e incentivos fiscais atrativos, esses fundos têm ganhado espaço nos portfólios de investidores de diferentes perfis, desde pessoas físicas em busca de rendimentos mensais até instituições que visam diversificação e resiliência ante oscilações de mercado.
Em 2024, as emissões de debêntures incentivadas — principal ativo dos FI-Infra — alcançaram o recorde de R$ 135,01 bilhões, quase o dobro do ano anterior. Essa emissões de debêntures incentivadas recorde refletem o fortalecimento da parceria entre setor público e privado, mobilizando recursos essenciais para obras de logística, energia e saneamento.
O mercado secundário também testemunhou um crescimento expressivo, com volume negociado de R$ 278,6 bilhões em 2024, um salto de 115,8% em relação a 2023. Paralelamente, o número de fundos listados em bolsa e de investidores ativos no segmento segue em expansão, atestando a confiança no modelo e a busca por diversificação efetiva em infraestrutura real.
O Brasil planeja investir R$ 278 bilhões em infraestrutura em 2025, o que equivale a 2,21% do PIB, ainda abaixo dos 4% considerados necessários para destravar gargalos logísticos e impulsionar o crescimento. Segundo a consultoria Inter.B, seriam exigidos ao menos 4% do PIB ao ano apenas para manter a infraestrutura atual.
O setor de transportes deve receber R$ 89,9 bilhões em 2025, sendo o principal destino dos recursos. Há consenso entre especialistas de que a participação privada como alavanca de crescimento é vital para suprir a insuficiência de investimentos públicos e promover a modernização de rodovias, portos e ferrovias.
Os FI-Infra são fundos listados na bolsa que aplicam majoritariamente em debêntures incentivadas de projetos de infraestrutura. Esses papéis oferecem rendimentos periódicos — na maioria dos casos mensais — indexados à inflação ou a juros pré-fixados.
Além da isenção de IR sobre dividendos e ganhos de capital, esses fundos permitem ao investidor pessoa física ter acesso a ativos tradicionalmente restritos a grandes instituições, pulverizando o risco e facilitando a diversificação de portfólio.
Ao alocar recursos em FI-Infra, o investidor conquista exposição a diversos segmentos da economia real, como energia, saneamento e rodovias. Essa diversificação oferece:
Apesar das perspectivas positivas, os FI-Infra enfrentam desafios, especialmente em um contexto de juros elevados, que elevam o custo de crédito e pressionam a rentabilidade dos projetos.
Analistas também destacam o desconto das cotas em relação ao valor patrimonial como oportunidade para investidores de longo prazo, mas alertam para riscos regulatórios e de execução. A criteriosa análise das debêntures na carteira é fundamental para mitigar inadimplência e atrasos de obra.
O mercado segue otimista. Estão previstos mais de 110 leilões de infraestrutura em 2025 — 87 em transportes e 27 em saneamento —, com potencial de investimentos privados estimado em R$ 250 bilhões. Esse cenário reforça o papel dos FI-Infra como canais vitais para canalização de recursos privados em setores estratégicos.
Com o ambiente regulatório favorável e maior maturidade do mercado, espera-se ampliação dos volumes administrados pelos fundos e diversificação ainda maior dos instrumentos ofertados.
Os Fundos de Infraestrutura se destacam como uma estratégia de diversificação robusta e eficiente para investidores que buscam aliar retorno e impacto social. Ao direcionar recursos a projetos de grande relevância para o desenvolvimento do país, os FI-Infra não só ampliam as oportunidades de ganho, mas também contribuem para a melhoria da qualidade de vida de milhões de brasileiros.
Para aqueles que desejam equilibrar risco e retorno, explorar o universo dos FI-Infra pode ser um passo decisivo rumo a uma carteira mais resiliente e alinhada com o futuro do Brasil.
Referências