O conceito de ESG (ambiental, social e governança) deixou de ser uma moda passageira e se consolidou como uma prioridade estratégica para empresas que buscam longevidade e excelência. A crescente pressão de investidores, consumidores e órgãos reguladores transformou os fatores ESG em elementos indissociáveis da gestão de riscos corporativos.
De acordo com o Estudo de Sustentabilidade da BDO Brasil, 61% das empresas brasileiras reconhecem a importância do ESG, mas apenas 39% contam com um departamento específico voltado ao tema. Essa lacuna evidencia a urgência de estruturar processos internos e desenvolver competências que suportem a análise e o reporte de riscos relacionados a fatores socioambientais.
Este artigo apresenta tendências e práticas que mostram como o ESG está cada vez mais integrado aos sistemas de avaliação de risco, oferecendo oportunidades para inovação, compliance e vantagem competitiva.
O ESG migrou de um conceito complementar para um pilar central na estratégia das organizações. Hoje, gestores que ignoram esses fatores enfrentam consequências reputacionais, financeiras e judiciais que afetam sua capacidade de operar e crescer.
Para muitas empresas, o grande desafio é incorporar a análise ESG nos modelos tradicionais de risco, como crédito, crédito projetado e risco operacional. A adoção de indicadores socioambientais e métricas de governança traz profundidade e precisão à avaliação, permitindo uma tomada de decisões mais consciente e alinhada aos padrões globais.
A dupla materialidade promove o entendimento simultâneo dos impactos dos negócios na sociedade e dos riscos e benefícios que temas ESG representam para a saúde financeira. Incorporar essa abordagem exige:
Confira na tabela abaixo as principais tendências para 2025 na análise de risco ESG:
O sistema financeiro tem sido um impulsionador da agenda ESG. No Brasil, resoluções do CMN (4.557/2017, 4.606/2017, 4.945/2021) e normas do BCB (139/2021, 140/2021) exigem que fatores socioambientais sejam integrados na análise de crédito e financiamento.
Essas regras criam incentivos para que empresas de todos os portes implementem processos robustos de gestão de riscos ESG, garantindo acesso a condições de financiamento mais favoráveis.
A transformação digital potencializa a coleta e análise de dados ESG, tornando possível acompanhar indicadores em tempo real e identificar riscos emergentes com rapidez. Entre as soluções mais promissoras estão:
O uso de inteligência artificial e machine learning permite modelar cenários complexos, antecipar impactos e construir estratégias que unam vantagens competitivas de longo prazo e conformidade regulatória.
Empresas que adotam uma postura proativa em relação ao ESG podem se beneficiar de várias formas, enquanto aquelas que ignoram esses fatores correm riscos crescentes:
Por outro lado, a falta de preparo e transparência pode resultar em multas, boicotes de consumidores e exclusão de cadeias globais de suprimentos.
Incorporar ESG na análise de risco não é mais opcional: é um imperativo para garantir sustentabilidade e competitividade. Para avançar nessa jornada, as empresas devem:
Ao seguir essas etapas, as organizações estarão preparadas para enfrentar desafios regulatórios e de mercado, transformar riscos em oportunidades e criar valor sustentável para todos os públicos de interesse.
Referências