O setor de healthtech no Brasil vive um momento histórico: em expansão acelerada, as startups locais atraem cada vez mais o olhar de investidores do exterior. Com números robustos e cases de sucesso emblemáticos, esse ecossistema se consolida como um polo de inovação global.
Em 2024, o segmento movimentou R$ 799 milhões, e a estimativa é que ultrapasse a marca de R$ 1 bilhão em 2025. Esses dados revelam o poder de transformação da inovação nacional e a capacidade das empresas brasileiras de competir no cenário mundial.
O Brasil concentra 64,8% das healthtechs da América Latina e lidera as maiores rodadas de investimento na região. Segundo o relatório HealthTech Recap 2024, quatro das cinco maiores captações foram realizadas por startups brasileiras.
Esse cenário reforça o protagonismo brasileiro e a atratividade do nosso mercado para fundos nacionais e internacionais.
O acesso a capital estrangeiro não se dá apenas por meio de aportes diretos de fundos globais, mas também via veículos nacionais que atraem coinvestidores internacionais. Essa combinação fortalece a governança e amplia as conexões.
Um exemplo emblemático é a Tivita, startup especializada em automatização administrativa para clínicas e consultórios. Em sua rodada seed, captou R$ 32 milhões com lideranças de FinTech Collective, K50 Ventures e MAYA Capital. Esse aporte demonstra como modelos de negócios escaláveis passam a integrar o portfólio de investidores de fora.
Outras áreas em destaque incluem soluções de inteligência artificial, big data, telemedicina, digitalização de prontuários e integração com plataformas globais. Esses segmentos despertam grande interesse pelo potencial de expansão internacional e pelo impacto direto na eficiência do sistema de saúde.
Os desafios do mercado doméstico e as limitações do investimento público e de fundos nacionais tornam o capital global essencial. Ainda que iniciativas como o novo FIP (Fundo de Investimento em Participação) do BNDES, Finep e Butantan possam injetar até R$ 200 milhões, o aporte internacional é visto como fundamental para escalar rápido e acessar novos mercados.
Esses fatores criam um ambiente propício para que as healthtechs busquem parcerias além das fronteiras, agregando valor técnico e estratégico ao seu crescimento.
O fortalecimento dos FIPs, com aportes de R$ 50 a R$ 125 milhões do BNDES, até R$ 60 milhões da Finep e R$ 50 milhões do Butantan, configura um movimento estratégico. Esses fundos públicos incentivam coinvestimentos internacionais e preparam startups para operações de grande escala.
Um case inspirador é o da Gympass, que após a aquisição da TNH Health atingiu valor de mercado de US$ 2,2 bilhões. A trajetória da Gympass ilustra como captação internacional pode impulsionar atuação global.
Além disso, venture builders especializadas em healthtech, como a Saúde Ventures, conectam players nacionais e internacionais, acelerando processos de inovação e facilitando rodadas de investimento.
Apesar do potencial, as startups brasileiras de saúde encaram barreiras relevantes:
O aperfeiçoamento do marco regulatório e a criação de instrumentos financeiros mais flexíveis são fundamentais para superar esses desafios.
Com projeções otimistas de investimento, infraestrutura de apoio robusta e crescente interesse de fundos internacionais, as healthtechs brasileiras encontram terreno fértil para inovar e expandir. A expectativa de ultrapassar R$ 1 bilhão investido em 2025 reforça a vitalidade do setor.
Ao combinar talento local com capital global, as startups de saúde do Brasil e da América Latina têm potencial para transformar o mercado, melhorar resultados clínicos e democratizar o acesso a serviços de qualidade.
O momento é de união entre empreendedores, investidores e poder público para criar um ecossistema sustentável e de alcance mundial. Assim, o futuro das healthtechs brasileiras promete não apenas números expressivos, mas também um impacto social duradouro.
Referências