Em um momento de incertezas globais, o agronegócio brasileiro volta seus olhos aos setores defensivos como baluartes de estabilidade. O uso de insumos para proteção de culturas ganha destaque diante de cenários complexos, garantindo produtividade e segurança para produtores e investidores.
O ambiente econômico atual é marcado por volatilidade cambial e geopolítica crescente, que pressiona margens e aumenta riscos. Produtores e investidores, naturalmente, buscam refúgios em segmentos resilientes para preservar capital e assegurar previsibilidade.
Nesse sentido, o setor de defensivos agrícolas se consolida como peça-chave, uma vez que apresenta demanda inelástica por insumos essenciais. Mesmo com margens apertadas, a necessidade de proteção das lavouras não permite reduções significativas de aplicação.
De acordo com Croplife e Sindiveg, o mercado de defensivos agrícolas deve apresentar crescimento modesto, situando-se entre 3% e 6% no ciclo 2024/25. Já o segmento de bioinsumos desponta com bioinsumos com alto potencial de adoção, podendo ultrapassar 155 milhões de hectares tratados.
Esse crescimento, ainda que tímido, reflete ajustes de preços e câmbio – de R$ 5,10 para R$ 5,50 por dólar – e a busca contínua por soluções que garantam retorno sobre o investimento.
O mix de produtos evidencia a preferência dos produtores:
Essa divisão mostra onde estão concentradas as maiores demandas e onde as empresas podem focar esforços de inovação e logística.
O uso de defensivos varia conforme o perfil produtivo de cada estado. A seguir, a participação por regiões e principais culturas:
Com áreas tratadas que devem ultrapassar 2 bilhões de hectares em 2025, o Brasil mantém liderança global em consumo de defensivos.
Embora o volume e a área aplicados sigam em alta, o setor enfrenta queda de faturamento devido à desvalorização do real e à pressão nos preços. Mesmo assim, a resiliência estrutural do setor defensivo garante continuidade das operações e confiança dos agentes do mercado.
Entre os fatores que tornam esse segmento robusto estão:
A cana-de-açúcar deve se beneficiar do câmbio favorável, recuperando receita em reais mesmo com preços internacionais estáveis. A área tratada cresceu 4% em 2024, seguindo média anual de expansão de 5%.
Esse segmento mostra como fatores externos, como variação cambial e demanda pelo etanol, podem tornar o uso de defensivos ainda mais estratégico.
O futuro do setor passa pela adoção de práticas mais sustentáveis e pelo fortalecimento do uso de bioinsumos. A busca por práticas agrícolas alinhadas à pauta ESG e o incentivo a incentivos ao crédito rural especializado são determinantes para manter o crescimento.
Para produtores e investidores, algumas ações podem maximizar oportunidades:
Ao combinar inovação tecnológica, responsabilidade socioambiental e gestão financeira rigorosa, o setor de defensivos agrícolas no Brasil está pronto para enfrentar volatilidades e continuar contribuindo para a segurança alimentar global.
Referências