O avanço exponencial do comércio eletrônico no Brasil tem desencadeado transformações profundas no setor logístico, redefinindo estratégias, investimentos e operações.
Em 2024, o e-commerce brasileiro atingiu um faturamento de R$ 204,3 bilhões, representando um crescimento de 10,5% em relação ao ano anterior. Projeções para 2025 indicam um salto de 16%, podendo alcançar R$ 240 bilhões.
Esse movimento é incentivado pela expansão do número de consumidores digitais, que cresceu 18% em 2024, e pela consolidação de marketplaces, responsáveis por mais de 70% das transações online.
Para atender à demanda crescente, a oferta anual de galpões logísticos no país mais que dobrou em cinco anos. Em 2025, esperam-se 2,9 milhões de m² adicionais, somando-se aos 34,4 milhões de m² já existentes em galpões de alto padrão.
O índice de vacância atingiu seu menor patamar histórico, 7,9%, sinalizando forte aquecimento da ocupação e escassez de espaços disponíveis.
Mais de 51% dos condomínios logísticos do Brasil estão em São Paulo, epicentro das operações de e-commerce e omnichannel.
Outras regiões estratégicas, como o ABC paulista e o Polo Industrial de São José dos Pinhais, também registram expansão acelerada, atraindo investidores e grandes players.
A evolução tecnológica impulsiona a eficiência logística. Investimentos em data centers, retrofits e sistemas automatizados tornam as operações mais seguras e rápidas.
O uso de lockers inteligentes e drones para entregas de última milha tem ganhado espaço, reduzindo prazos de entrega e custos operacionais.
Novos fundos imobiliários focados em logística têm ganhado destaque. Um exemplo é o fundo de R$ 1 bilhão da BTG Asset para galpões em Cajamar, SP.
Empresas como Mercado Livre e Shopee expandem operações próprias ou em condomínios de alto padrão, fortalecendo capacidades de armazenamento e distribuição.
A inclusão digital das classes C e D, aliada ao acesso facilitado a Pix e carteiras digitais, amplia o alcance do e-commerce em áreas antes pouco exploradas.
Entretanto, custos elevados de construção e incertezas na reforma tributária representam obstáculos significativos. A inflação global e as flutuações nos preços de insumos podem impactar a expansão de galpões.
O social commerce cresce rapidamente: 58% dos consumidores brasileiros estão dispostos a comprar diretamente por redes sociais.
A experiência do cliente ganha relevância, com forte demanda por entregas expressas, rastreabilidade detalhada e opções de retirada em lockers e pontos físicos.
Com o e-commerce projetando faturamento de R$ 240 bilhões em 2025, o setor logístico enfrenta desafio de manter o ritmo de oferta de galpões e serviços.
As oportunidades são vastas: desde o desenvolvimento de pequenas centrais de distribuição até hubs robóticos em regiões metropolitanas.
O crescimento do comércio eletrônico tem sido motor de transformação do setor logístico, exigindo inovação contínua e absorção de novas tecnologias.
Apesar dos desafios, as projeções indicam que, com parcerias estratégicas e investimentos bem direcionados, o Brasil pode se tornar referência global em logística de e-commerce.
O momento é de aproveitar as janelas de oportunidade, fortalecer a infraestrutura e promover soluções que unam eficiência, sustentabilidade e excelência na experiência do consumidor.
Referências