Os resultados do primeiro trimestre de 2025 revelaram variações significativas na rentabilidade e no risco dos maiores bancos brasileiros, alterando perspectivas mais cautelosas para investidores, clientes e para a sociedade.
O balanço do período oferece um panorama rico em dados e sinais contrastantes entre os grandes players, evidenciando a importância de eficiência operacional e acompanhamento contínuo de indicadores-chave.
Itaú Unibanco (ITUB4): manteve a liderança em lucratividade, com lucro líquido de R$ 11,1 bilhões e ROE de 22,5%. O desempenho superior aos pares reflete sua robustez na gestão de ativos e passivos em um contexto desafiador.
Bradesco (BBDC4): surpreendeu o mercado ao registrar crescimento de 39,3% no lucro, que alcançou R$ 5,9 bilhões. Essa recuperação reflete ajustes estratégicos em custos e expansão seletiva de crédito.
Banco do Brasil (BBAS3): sofreu queda de 20,7% no lucro líquido, totalizando R$ 7,37 bilhões. O aumento de 18,9% nas provisões para devedores duvidosos, principalmente no agronegócio, pressionou a rentabilidade, que recuou 5 pontos percentuais.
O cenário geral de resultados mistos entre os bancos leva a uma revisão de expectativas. Enquanto Bradesco reverteu perdas anteriores, o Banco do Brasil enfrenta pressão crescente na qualidade dos ativos.
A aplicação da Resolução nº 4.966 exigiu ajustes contábeis e operacionais, impactando provisões e margens. Esses movimentos mostram como o ambiente regulatório pode alterar rapidamente as projeções de rentabilidade.
A pesquisa Febraban estima crescimento de 8,5% no crédito em 2025, expansão do crédito influenciada por programas governamentais e mercado de trabalho aquecido.
No entanto, analistas apontam possível desaceleração econômica no segundo semestre, recomendando cautela na concessão. A manutenção da expansão deverá se concentrar em pessoas físicas e em linhas direcionadas a consumo básico.
O novo ciclo econômico exige soluções criativas. A digitalização e a transformação tecnológica despontam como alavancas para reduzir custos, personalizar ofertas e atrair novos segmentos.
Além disso, o setor precisa monitorar a qualidade da carteira de crédito, adotando ferramentas de análise preditiva e fortalecendo a governança.
Os executivos dos bancos destacam em suas divulgações a necessidade de gestão proativa de riscos e deparar-se com um ambiente de juros elevados sem sacrificar o crescimento.
Analistas de mercado, por sua vez, alertam para a importância de ajustes nos modelos de provisões e na precificação de risco, de modo a preservar margem e rentabilidade ao longo de 2025.
As demonstrações do 1º trimestre de 2025 mostram uma indústria bancária em transição, onde novas regras e tecnologias se combinam para redefinir caminhos.
Para investidores, a leitura dos resultados exige visão de longo prazo, avaliando a capacidade de cada instituição de se adaptar e inovar. Para clientes, as mudanças indicam serviços mais eficientes e personalizados.
Em última instância, a temporada de balanços reforça que resiliência e inovação serão as chaves para enfrentar os desafios macroeconômicos e continuar gerando valor sustentável ao longo dos próximos anos.
Referências