Nos últimos anos, o Brasil e vários países da América Latina têm testemunhado uma verdadeira transformação no setor de infraestrutura, impulsionada por reformas econômicas e regulatórias que tornaram o ambiente mais atrativo para investidores nacionais e internacionais.
Desde 2020, uma série de agenda de modernização vêm norteando políticas públicas voltadas à participação privada. A aprovação do novo marco do saneamento básico, por exemplo, garantiu segurança jurídica para contratos de concessão e ampliou a concorrência.
Além disso, a implementação de regulamentações mais flexíveis e transparentes tem estimulado forte destaque para participação privada em projetos de transporte, energia e logística. Esse movimento está alinhado à busca por expansão da infraestrutura nacional, essencial para sustentar o crescimento econômico.
Para 2025, o Brasil projeta um volume total de investimentos em infraestrutura de R$ 277,9 bilhões, dos quais 72,2% devem vir da iniciativa privada. Esse cenário reafirma o protagonismo do setor privado em expansão nos últimos anos.
Em comparação com outras economias emergentes, o Brasil ainda tem espaço para crescer: em 2019, o investimento representou apenas 1,3% do PIB, enquanto Índia e China alcançaram 4,9% e 7,5%, respectivamente.
Na América Latina, o ritmo de investimentos também avança: de 2014 a 2023, foram US$ 160 bilhões em PPPs, com crescimento de 14% em relação à década anterior. Países como Chile e Colômbia lideram em participação privada, servindo de modelo para o Brasil aprimorar seu ambiente de negócios.
As reformas não apenas abriram portas para aportes financeiros, mas também redefiniram prioridades setoriais. Destacam-se:
No setor de saneamento, a implementação do novo marco regulatório permitiu a realização de mais de 20 leilões em 13 estados, com investimentos estimados em R$ 60 bilhões até 2025. Esses projetos têm foco na universalização do abastecimento de água e coleta de esgoto, gerando impacto direto na qualidade de vida urbana e reduzindo doenças relacionadas ao saneamento inadequado.
Na área de transportes, a conclusão do Rodoanel Mário Covas em São Paulo, com 177 km de extensão, promete reduzir em até 35% o trânsito de caminhões pelo centro metropolitano, ressignificando a logística industrial. Paralelamente, novas concessões de ferrovias e portos aproximam regiões produtoras de mercados consumidores, diminuindo custos de frete.
O setor de energia vem consolidando sua matriz com projetos como o GNA II, que adiciona 1.672 MW ao sistema nacional, atendendo 8 milhões de residências. Ao mesmo tempo, leilões de fontes eólicas e solares somam mais de 10 GW em contratos, reforçando o compromisso com matriz energética cada vez mais limpa.
Destaca-se ainda a expansão de projetos renováveis em PPPs, que representam 36% do total na América Latina. A integração de energias limpas ao grid promove não só a redução de emissões, mas também a atração de fundos internacionais especializados em sustentabilidade.
Projetos urbanos, como a revitalização da Avenida Liberdade em Belém, incorporam ciclovias, iluminação solar e passagens para fauna, criando referências em urbanismo sustentável. Essas iniciativas funcionam como laboratórios de inovação, replicáveis em outras cidades que sediarão eventos internacionais.
A expansão de parcerias público-privadas (PPPs) tem sido um catalisador fundamental. Entre 2014 e 2023, a América Latina registrou crescimento de 14% nos investimentos em PPPs, totalizando US$ 160 bilhões em 640 projetos.
Adicionalmente, as privatizações de estatais e leilões de concessão aparecem como estratégias para atrair tecnologia, know-how internacional e investimentos robustos e consistentes. O setor de transportes, por exemplo, responde por 37% dos contratos de PPPs na região, seguido por 36% em renováveis.
Governos estaduais e municipais têm buscado acelerar licenças ambientais e desburocratizar processos para aproveitar o momento positivo, gerando maior integração às cadeias globais e reduzindo atrasos.
Inovações tecnológicas, como digitalização de obras, uso de sensores IoT e análise de dados em tempo real, começam a ser incorporadas em contratos de PPP, aumentando eficiência e transparência. Essa revolução 4.0 na infraestrutura atrai investidores que buscam soluções inteligentes e escaláveis para complexos desafios urbanos.
Vencer essas barreiras é essencial para transformar promessa em realidade e consolidar o país como destino preferencial de capital.
Mais do que cifras, a modernização da infraestrutura gera efeitos palpáveis na vida das pessoas. A ampliação da rede de saneamento promove saúde pública, reduzindo indicadores de doenças.
O desenvolvimento de rodovias e ferrovias facilita o escoamento de produtos do agronegócio, potencializando exportações e motor de desenvolvimento econômico e social.
Projetos de energia garantem fornecimento estável e limpo, beneficiando tanto grandes indústrias quanto residências, e contribuindo para um futuro mais sustentável.
A geração estimada de mais de 1 milhão de empregos diretos e indiretos até 2025 reforça a função social do setor. Além disso, a melhoria da mobilidade urbana e do acesso a serviços básicos abre caminho para redução de desigualdades regionais, aproximando comunidades historicamente isoladas.
Essas instituições oferecem linhas de crédito, garantias e apoio técnico para viabilizar grandes empreendimentos, reduzindo riscos e atraindo investidores.
O momento é singular: reformas econômicas e regulatórias criaram um ambiente propício a elevado patamar de investimento sustentável em infraestrutura. Os próximos anos podem marcar uma virada histórica, com obras que transformam cidades, geram empregos e elevam o Brasil e a América Latina a um novo nível de desenvolvimento.
É chegado o momento de protagonizar essa transformação. Cada etapa concluída, cada contrato assinado e cada canteiro de obras ativado simboliza o futuro promissor da economia regional e a oportunidade de deixar um legado duradouro.
Referências