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Novos produtos financeiros ganham espaço em plataformas digitais

Novos produtos financeiros ganham espaço em plataformas digitais

22/06/2025 - 13:37
Matheus Moraes
Novos produtos financeiros ganham espaço em plataformas digitais

O setor financeiro brasileiro está passando por uma profunda transformação motivada por avanços tecnológicos e mudanças regulatórias. Cada vez mais usuários trocam agências físicas por apps e plataformas digitais que oferecem praticidade, velocidade e preços acessíveis. Essa revolução não só altera a maneira de lidar com contas e pagamentos, mas também amplia o leque de produtos disponíveis, democratizando o acesso a serviços antes restritos a grandes investidores.

Em 2024, o Pix movimentou incríveis R$27,3 trilhões, demonstrando a força da expansão do Open Finance e da digitalização do dinheiro no país. Essa base sólida permitiu a introdução de soluções inovadoras, desde produtos de investimento até formas de crédito customizadas, tudo isso sem sair do celular.

Transformação digital no setor financeiro

A chegada do Open Finance, que já integra mais de 50 milhões de contas, quebrou barreiras entre instituições e trouxe democratização do acesso financeiro. APIs abertas permitem que fintechs e bancos compartilhem dados com o consentimento do usuário, criando ofertas mais personalizadas e preços competitivos.

Ao mesmo tempo, a Inteligência Artificial e o processamento de Big Data dão suporte à análise de perfil do investidor e ao gerenciamento de risco em tempo real. Essas tecnologias também embasam soluções de crédito baseadas em comportamento e histórico de pagamento, acelerando processos e reduzindo custos operacionais.

Principais produtos financeiros emergentes

Nas plataformas digitais, novos produtos ganham destaque por oferecerem usabilidade e custos atraentes. Entre as opções mais populares estão:

  • ETFs automatizados e fundos de índice
  • Micro-investimentos em centavos
  • Linhas de crédito digital sob demanda
  • Produtos tokenizados e stablecoins
  • Recursos de pagamentos recorrentes via Pix Automático

Cada produto atende a perfis específicos de usuários, desde iniciantes que buscam aplicar pequenas quantias até empresas que desejam integrar serviços bancários em seus próprios ambientes digitais, por meio de Banking as a Service (BaaS).

Veja abaixo uma comparação concisa desses produtos:

Fatores que impulsionam a adoção

O crescimento acelerado dessas soluções está ligado a diversos elementos convergentes. Primeiro, as fintechs, hoje mais de 1.700 no Brasil, criam constante inovação tecnológica contínua, lançando apps intuitivos e funcionalidades personalizadas.

Além disso, a inclusão financeira avança com o Pix, que atende cerca de 60 milhões de brasileiros sem cartão de crédito. O recurso de Pix Automático, lançado em junho de 2025, permite pagamentos recorrentes—contas de água, luz e assinaturas—sem burocracia.

  • Open Finance e compartilhamento de dados
  • Fintechs com foco em experiência do usuário
  • Pagamentos instantâneos e seguros
  • Integração de APIs e soluções modulares

Regulamentação e segurança

Para garantir equilíbrio entre inovação e proteção do consumidor, o Banco Central implementou normas como a IN RFB nº 2.219/2024 e avanças nas consultas públicas sobre ativos digitais e stablecoins. Essas iniciativas buscam estabelecer regulamentação robusta sem sufocar o desenvolvimento de novas ofertas.

Fintechs de crédito operam sob regimes específicos: a SEP (Sociedade de Empréstimo entre Pessoas) e a SCD (Sociedade de Crédito Direto). Já o BaaS obedece a diretrizes que priorizam segurança e confiança aprimoradas e resilência cibernética.

Desafios e perspectivas para o futuro

Apesar dos avanços, o setor enfrenta desafios significativos. Investir em infraestrutura tecnológica, compliance e capacitação de equipes especializadas é essencial para sustentar o crescimento. Além disso, o marco regulatório precisa evoluir constantemente, acompanhando tendências como blockchain e finanças tokenizadas.

Em 2025, espera-se que o mercado global de embedded finance alcance US$138 bilhões. Para o Brasil, essa projeção reforça a necessidade de adaptação rápida por parte de bancos tradicionais, fintechs e plataformas digitais, que deverão investir pesado em segurança, atendimento e personalização de serviços.

Como recomendação prática, consumidores e empresas devem:

  • Buscar educação financeira e conhecer novas plataformas
  • Avaliar taxas e políticas de cada produto
  • Utilizar mecanismos de proteção, como autenticação multifator
  • Ficar atentos a consultas públicas e novidades regulatórias

Com planejamento e informação, é possível aproveitar ao máximo a democratização do acesso a soluções financeiras inovadoras, construindo um futuro mais inclusivo e eficiente para todos os usuários.

Matheus Moraes

Sobre o Autor: Matheus Moraes

Matheus Moraes