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Novos fundos temáticos atraem investidores em busca de inovação

Novos fundos temáticos atraem investidores em busca de inovação

07/08/2025 - 04:16
Matheus Moraes
Novos fundos temáticos atraem investidores em busca de inovação

O universo dos investimentos passa por uma forte transformação: cada vez mais investidores buscam não apenas retorno financeiro, mas também um propósito alinhado às suas convicções. Nesse cenário, os fundos temáticos ganham destaque, atraindo olhares atentos dos mais diversos perfis em 2025.

O que são fundos temáticos e seu apelo

Os fundos temáticos são instrumentos financeiros que investem em ativos de setores, ideias ou tendências específicas. Eles focam em segmentos como tecnologia, ESG, saúde, energia limpa e inteligência artificial (IA). Ao concentrar recursos em áreas promissoras, esses fundos oferecem ao investidor a oportunidade de acompanhar inovações de alto impacto.

Além da possibilidade de ganhos consistentes, muitos aportam valor extra ao agregar às carteiras o fator “propósito”. Essa característica tem grande apelo entre investidores mais jovens, que enxergam suas aplicações como reflexo de suas convicções pessoais e sociais.

Tendências e setores em alta em 2025

O ano de 2025 consolida temas já observados nos últimos ciclos e traz novas oportunidades. A seguir, os principais focos dos fundos temáticos:

  • ESG e Sustentabilidade: companhias que adotam práticas ambientais, sociais e de governança são cada vez mais regulatory friendly. Métricas objetivas e relatórios transparentes elevam a confiabilidade.
  • Tecnologia & Inteligência Artificial: investimentos em automação, robótica, carros autônomos e aprendizado de máquina prometem ganhos elevadíssimos, com potencial de adicionar até USD 4,4 trilhões à economia global.
  • Economia da longevidade: biotecnologia, saúde preventiva e bem-estar capitalizam o envelhecimento populacional e a maior expectativa de vida.
  • Criptomoedas e ativos digitais: a institucionalização dos criptoativos e ETFs de Bitcoin e Ethereum atraem investidores de diferentes perfis, favorecida pela regulação crescente.
  • Tokenização de ativos reais: imóveis, arte e recebíveis transformados em tokens digitais democratizam o acesso a ativos antes restritos a grandes investidores.
  • Energia limpa e recursos naturais: segmentos ultraespecíficos, como hidrogênio verde, minérios críticos e água, ganham produtos dedicados.

Dados de mercado e evolução recente

No Brasil, a oferta de ETFs temáticos cresceu significativamente: já são pelo menos 32 opções listadas, contemplando tecnologia, energia renovável, small caps e outros nichos. Essas carteiras costumam cobrar taxa de administração em torno de 0,5% nos produtos passivos, enquanto fundos ativos podem chegar a níveis superiores.

Um case emblemático é o fundo de crédito privado com grade ESG gerido pelo BNP Paribas, que superou 107% do CDI, mostrando que inovação e impacto não excluem rentabilidade. Já no mercado americano, o S&P 500 com alto peso em tecnologia negocia acima da média histórica, com expectativa de até 15% de retorno em 2025, ainda que sob maior volatilidade.

Perfis de investidores e tipos de fundos

Os ETFs temáticos são a porta de entrada para o varejo e investidores iniciantes, por sua acessibilidade e liquidez diário. Já investidores institucionais podem optar por fundos multimercado temáticos ou carteiras de ações com gestão ativa, que permitem estratégias mais sofisticadas.

Gerações mais jovens, especialmente millennials e a Geração Z, vêm aumentando sua participação, buscando investidores institucionais e pessoas físicas que compartilham valores de inovação e impacto social. No entanto, é fundamental entender que esses produtos podem apresentar maior volatilidade e riscos específicos do setor.

Exemplos práticos e cases de sucesso

No mercado brasileiro, o fundo BB Ações Tecnologia e o BB Ações Bolsa Americana destacam-se pela exposição a gigantes globais, com ativos como TSMC, Microsoft e NVIDIA via BDRs. Esses fundos conseguem replicar tendências internacionais sem a necessidade de abrir conta no exterior.

O BNP Paribas, por sua vez, oferece fundos temáticos em energia renovável, saneamento e setor financeiro, com produtos dedicados a cada área. As carteiras desses fundos incluem empresas líderes em inovação, desde startups de biotecnologia até usinas solares em expansão.

Riscos e considerações finais

Como qualquer estratégia concentrada, fundos temáticos podem sofrer oscilações acentuadas em caso de queda de confiança, crises setoriais ou mudanças regulatórias. A máxima de que rendimento passado não garante performance futura se aplica com força nesses nichos disruptivos.

Para investir com segurança, recomenda-se:

  • Definir objetivos claros de médio e longo prazo.
  • Manter diversificação entre temas e classes de ativos.
  • Acompanhar relatórios e métricas com regularidade.

Com uma abordagem disciplinada e informação atualizada, os fundos temáticos podem ser ferramentas poderosas para capturar oportunidades em setores de ponta. A crescente oferta de produtos, aliada à clareza regulatória e ao avanço tecnológico, faz de 2025 um ano promissor para quem deseja aliar rentabilidade e inovação em seus investimentos.

Matheus Moraes

Sobre o Autor: Matheus Moraes

Matheus Moraes