O ambiente de fusões e aquisições (M&A) no Brasil vive um momento de intensa evolução, impulsionado por grandes operações e pela crescente sofisticação dos participantes. Ao longo de 2024 e nos primeiros meses de 2025, vimos movimentou R$ 56,5 bilhões em transações e projeções otimistas para negócios bilionários. Este artigo explora os números, tendências e desafios que estão redesenhando o mercado financeiro nacional.
Para compreender a dimensão desse movimento, é fundamental analisar os dados mais recentes e o cenário macroeconômico que molda as decisões estratégicas de empresas, investidores e reguladores.
Em 2025, de janeiro a abril, o Brasil registrou 537 transações de M&A, com valor total de R$ 56,5 bilhões. Houve uma leve queda de 0,9% no número de operações em comparação ao ano anterior, mas o peso das operações de maior porte manteve o montante em patamar elevado.
No ano completo de 2024, foram 1.426 transações, crescimento de 1,86% em relação a 2023. Destacam-se negócios como a venda da Medley pela Sanofi, a operação da Suvinil pela Basf, a aquisição da Linx pela Stone e a venda da unidade brasileira do banco Julius Baer.
O segundo trimestre de 2024 teve aumento de 17% no número de operações, totalizando 365 negociações em apenas três meses, segundo estudo da KPMG que abrange 43 setores econômicos.
O mercado brasileiro de M&A mostra sinais claros de amadurecimento. As empresas estão adotando postura mais seletiva e focada em transações que tragam eficiência operacional e inovação, em vez de apenas expansão de participação de mercado.
Há uma crescente ênfase em estratégias mais sofisticadas e colaborativas, como joint ventures, parcerias internacionais e aquisições direcionadas à sustentabilidade. As decisões não se baseiam apenas no crescimento de receitas, mas em critérios de rentabilidade e governança robusta.
Em termos setoriais, o segmento de Internet, Software & IT Services liderou as transações no início de 2025, com 106 operações. Entretanto, o fluxo de investimento estrangeiro nesse setor caiu 31%, refletindo cautela do capital externo. Já o mercado imobiliário somou 51 negociações no mesmo período, atraindo investidores em busca de diversificação.
As fusões e aquisições são vistas pelas empresas como:
Para startups e empresas emergentes, as M&As representam estratégia fundamental de sobrevivência, permitindo acesso a recursos, know-how e mercados antes inexplorados.
Apesar do otimismo, o caminho das fusões e aquisições não é isento de riscos. Entre os principais desafios estão:
Superar esses obstáculos requer planejamento detalhado, due diligence aprofundada e mecanismos eficientes de gestão de mudanças.
As operações de M&A têm redesenhado o mapa do setor financeiro ao criar conglomerados mais robustos, atrair capital internacional e elevar o nível de governança e sustentabilidade. Cada ciclo de consolidação provoca efeitos em mercados correlatos, como crédito, seguros, fintechs e real estate.
Bancos, seguradoras, gestoras de recursos e fintechs passam por rearranjos de posição, exigindo maior digitalização, eficiência e inovação para se manterem competitivos.
Entre as operações que devem movimentar o mercado neste ano, destacam-se:
O cenário de fusões e aquisições no Brasil segue em constante transformação, com oportunidades e riscos que exigem visão estratégica e capacidade de adaptação. Grandes fusões bancárias, estudos de integração e a busca por inovação apontam para um mercado financeiro mais competitivo e dinâmico.
Para empresas e investidores, o momento é de avaliar oportunidades com foco estratégico, fortalecer processos de governança e abraçar as mudanças tecnológicas. Só assim será possível aproveitar todo o potencial que as M&As oferecem na redefinição do mercado financeiro brasileiro.
Referências