Em um cenário econômico global cada vez mais interligado, investidores brasileiros buscam alternativas para reduzir o risco específico do Brasil e ampliar suas oportunidades de retorno. A internacionalização de recursos não é apenas uma tendência, mas uma prática estratégica que fortalece carteiras e protege contra oscilações locais.
Investir fora do país vai além da simples busca por retornos mais elevados. Trata-se de uma forma de equilibrar a exposição geográfica, aproveitando crescimento de economias mais estáveis em várias regiões do mundo. Ao distribuir ativos em diferentes mercados, o investidor obtém moedas e geografias variadas, aumentando a estabilidade e a previsibilidade da carteira.
Em tempos de volatilidade e incerteza, crises políticas e econômicas em um país podem ser compensadas pelos ganhos em outras regiões. Dessa forma, a diversificação internacional se mostra como um dos pilares mais sólidos para quem busca um portfólio resiliente e com potencial de valorização consistente.
Ainda que os benefícios sejam claros, a adesão dos brasileiros a ativos internacionais é tímida. Um estudo recente revelou que 98% dos investimentos dos brasileiros permanecem em ativos locais. Em 2023, foram alocados US$ 45,18 bilhões em recursos no exterior, aumento de 12,5% frente a 2022.
Entre janeiro e agosto de 2024, o volume atingiu US$ 13,9 bilhões, igualando-se ao mesmo período de 2023, segundo dados do Banco Central. Para fins de comparação, investidores americanos chegam a destinar até 30% do portfólio a mercados externos, enquanto o índice brasileiro gira em torno de 2%.
Os fundos internacionais oferecem uma série de benefícios que vão além da simples diversificação:
Essas vantagens, quando combinadas, criam um ambiente propício para que a carteira local seja menos sensível a choques domésticos.
O investidor encontra diversas opções para acessar o universo internacional sem precisar abrir conta no exterior:
Além das opções tradicionais, há alternativas híbridas que unem renda fixa e ações, equilibrando risco e retorno.
O contexto local reforça a urgência de se buscar proteção fora do país. Com a Selic em seu maior patamar em 19 anos e a inflação acima da meta, muitos investidores sentem a necessidade de blindar seu poder de compra.
Ainda que a inclusão de ativos globais seja recomendada, existem obstáculos a serem vencidos. A cultura de investir em ativos conhecidos e a falta de incentivo institucional contribuem para a baixa penetração. Além disso, muitos investidores desconhecem as características e riscos específicos de cada produto.
Desburocratizar processos, melhorar a educação financeira e oferecer soluções mais acessíveis são passos fundamentais para democratizar o acesso a esse universo.
Profissionais de mercado costumam sugerir uma alocação internacional que varie entre 10% e 30% do portfólio, ajustada ao perfil e aos objetivos de cada investidor. A ideia é equilibrar risco e potencial de retorno, mesclando ativos internacionais com títulos de renda fixa e setores defensivos locais, como saúde e energia.
A orientação personalizada continua sendo essencial. Consultar um assessor de investimentos capacitado pode ajudar a definir a estratégia mais adequada, considerando prazos, tolerância a risco e metas de longo prazo.
Em última análise, os fundos internacionais não são apenas uma opção, mas uma ferramenta valiosa para quem deseja construir uma carteira robusta e preparada para os desafios de um mundo cada vez mais globalizado. Ao explorar mercados fora do Brasil, o investidor amplia horizontes e fortalece sua trajetória rumo a resultados mais consistentes.
Referências