Em um cenário de crescentes barreiras comerciais e incertezas políticas, empresas brasileiras voltam-se para segmentos mais específicos e sofisticados. A busca por produtos de maior valor agregado se intensifica como resposta às tensões globais e à volatilidade dos mercados tradicionais.
Este artigo explora as tendências, desafios e oportunidades que moldam a estratégia exportadora do Brasil em 2025, destacando dados do agronegócio, iniciativas de promoção e caminhos para diversificação.
O agronegócio mantém seu protagonismo, mas enfrenta a necessidade de adaptação. Em março de 2025, o setor registrou agronegócio brasileiro cresceu 12,5% em março, alcançando US$ 15,6 bilhões, e totalizou US$ 37,8 bilhões no primeiro trimestre, alta de 2,1% sobre 2024.
Para o ano, projeta-se um crescimento de 5,7% nas exportações totais, com vendas externas estimadas em US$ 358,8 bilhões e superávit comercial recorde estimado em US$ 93 bilhões.
O aumento de tarifas pelos EUA sobre commodities, a disputa econômica entre grandes potências e barreiras não tarifárias têm gerado exigências ambientais e sociais rigorosas em diversos mercados.
Em 2024, 73% das exportações do agronegócio foram concentradas em apenas cinco países, acendendo a necessidade de diversificação de mercados torna-se prioridade estratégica para reduzir riscos.
Diante desse contexto, empresas investem no desenvolvimento de itens diferenciados, como cortes premium de carnes, produtos orgânicos e novas fontes de proteína animal. O etanol, por sua vez, ganha espaço em mercados que buscam alternativas aos combustíveis fósseis.
Além do agronegócio, setores industriais e de tecnologia da informação ampliam sua atuação em nichos de software de gestão, serviços digitais e componentes eletrônicos, alavancados por programas de apoio do governo.
O programa Exporta Mais Brasil, da ApexBrasil, é um dos principais vetores de internacionalização de PMEs e grandes empresas. Desde 2023, rodadas de negócios movimentaram mais de meio bilhão de reais, promovendo encontros com compradores de mais de 30 países.
Em 2025, o programa amplia sua abrangência temática e geográfica, valorizando nichos regionais, como alimentos saudáveis do Norte e itens de moda do Sul, e setores estratégicos, a exemplo de TI e economia criativa.
As projeções de exportação para 2025 destacam tanto as commodities clássicas quanto produtos inovadores. A tabela abaixo resume as estimativas para alguns dos principais itens:
O cenário exportador enfrenta diversos obstáculos: volatilidade de preços, disputas comerciais e evolução de barreiras sanitárias e ambientais. Ao mesmo tempo, surgem fortalecimento de setores inovadores e sustentáveis como diferencial competitivo.
O caminho para manter o ritmo de crescimento nas exportações passa por uma transição estratégica. A necessidade de mitigar riscos e garantir acesso a novos mercados leva empresas a investir em qualidade, sustentabilidade e inovação.
Programas de promoção, parcerias público-privadas e adoção de certificações são fundamentais para ampliar a participação brasileira em segmentos de maior valor. Com isso, o Brasil consolida sua capacidade de reagir às restrições globais, assegurando um futuro sustentável e diversificado para suas exportações.
Referências