Em 2024, o setor de tecnologia desponta como protagonista na retomada econômica do Brasil. Impulsionadas por inovações constantes, as empresas do ramo de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) demonstram resiliência e capacidade de reposicionamento, transformando desafios em oportunidades. Este artigo apresenta um panorama abrangente, incorporando dados, tendências e perspectivas que comprovam o papel vital dessas companhias na recuperação nacional.
O Brasil conta com 531.570 empresas ativas no Brasil no segmento de TIC até outubro de 2024, representando 2,4% de todos os negócios do país. Desse total, 94% são pequenos negócios, o que evidencia a força do empreendedorismo digital em diferentes regiões.
A concentração geográfica é desigual, com predominância no Sudeste. Estados como São Paulo e Minas Gerais concentram a maior parte das iniciativas de inovação e desenvolvimento tecnológico, enquanto outras regiões ainda lutam para criar ambientes favoráveis à expansão.
Após a fase inicial de digitalização acelerada pela pandemia, o setor vive agora uma maturação que exige resultados consistentes. As organizações que investem em transformação digital e da adoção de soluções avançadas tornaram-se referência na retomada.
Não se trata mais apenas de migração para o ambiente online, mas de sustentar o crescimento por meio de modelos de negócio inovadores e escaláveis. Nesse contexto, as empresas tecnológicas passaram a liderar decisões estratégicas em áreas antes reservadas ao core business tradicional.
A Inteligência Artificial (IA) assume protagonismo em diversas frentes, alterando a forma como as organizações criam valor. Atualmente:
Além disso, a atuação de CTOs e CIOs ultrapassa a infraestrutura: esses executivos passaram a ser vozes centrais no conselho estratégico, moldando a visão de futuro das companhias.
De acordo com pesquisa da ANK, a evolução tecnológica é vista como pilar de competitividade. Entre os principais apontamentos:
Mais de um terço dos executivos ressaltam a importância de fortalecer a reputação e a marca, demonstrando preocupação não apenas com inovações, mas também com a percepção pública.
O relatório do Fórum Econômico Mundial reforça que o letramento digital da força de trabalho será determinante para evitar a obsolescência das empresas que não acompanharem o ritmo de mudança.
Segundo o estudo CEO Outlook da EY-Parthenon, 84% dos CEOs acreditam que a capacitação na força de trabalho será fator decisivo para organizações que lideram em IA. A formação contínua em tecnologias emergentes é vista como arma estratégica para manter a competitividade.
Além disso, 62% dos líderes consideram “muito importante” ou “crítico” sanar as lacunas de talento em áreas como machine learning, big data e cibersegurança. A capacitação interna e a atração de profissionais qualificados surgem como prioridades.
Entretanto, 68% dos executivos ainda apontam a desconfiança do público no uso de IA como desafio relevante, devido a questões regulatórias e receios sobre privacidade e ética.
Embora apenas 15% dos líderes considerem temas ESG como prioridade principal para 2025, a responsabilidade socioambiental ganha espaço na agenda corporativa. A integração de práticas sustentáveis é vista como elemento de governança que fortalece relações com investidores e clientes.
Empresas que adotam políticas ambientais e de governança eficazes conseguem atrair investimentos de fundos voltados para impacto social e demonstram compromisso com a longevidade do negócio.
O eixo Sudeste lidera em número de empresas, mas existe um movimento crescente para fomentar polos de inovação no Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Incentivos fiscais e programas de capacitação têm sido implementados para reduzir a desigualdade regional no acesso a oportunidades tecnológicas.
Apesar da maioria ser composta por pequenas empresas, as grandes corporações continuam conduzindo os principais projetos de pesquisa e desenvolvimento, colaborando com startups e universidades para acelerar novos produtos.
O principal desafio segue sendo a atração e retenção de talentos especializados, em um mercado competitivo que demanda competências raras. Além disso, há pressão permanente por inovação e resultados financeiros robustos.
Por outro lado, a digitalização alcança nichos antes inexplorados, abrindo portas para novos mercados. O avanço da IA e a expansão da economia digital promovem oportunidades de crescimento sustentável, especialmente em setores como saúde, educação e agronegócio.
Para os próximos anos, espera-se que o setor tecnológico continue a impulsionar a economia brasileira. A adoção integrada de IA, internet das coisas (IoT) e computação em nuvem deverá gerar novos modelos de negócio e transformar cadeias produtivas.
Empresas que investirem em inovação contínua e na formação de pessoas estarão melhor posicionadas para enfrentar riscos e aproveitar cenários de crescimento. O desafio será equilibrar velocidade de implementação com a segurança e a governança necessárias.
Em síntese, as empresas de tecnologia não apenas lideram a recuperação econômica em 2024, mas também pavimentam o caminho para um futuro mais conectado, eficiente e sustentável. Com estratégias sólidas, investimentos em capital humano e foco em inovação responsável, essas companhias consolidam seu papel como vetores de progresso no Brasil.
Referências