O setor varejista enfrenta um momento de transição onde indicadores econômicos e comportamento dos clientes se entrelaçam, exigindo ações ágeis e inovadoras.
Em 2024, o varejo brasileiro apresentou crescimento acumulado de 4,7%, reflexo de um primeiro semestre robusto e ajustes pontuais nas cadeias de abastecimento. No mesmo ano, houve um ponto alto de alta de 5,2% no primeiro semestre, destacando a resiliência do setor diante de cenários globais instáveis.
O início de 2025 também trouxe resultados positivos, com avanço de 0,5% em fevereiro de 2025. Contudo, projeções indicam queda de 3,21% no segundo trimestre, evidenciando a oscilação que exige constante adaptação por parte das empresas.
Dados da NielsenIQ apontam um cliente mais cauteloso e atento às finanças pessoais. Esse comportamento é percebido em:
Entre as características definidoras, destacam-se a preferência por embalagens econômicas, redução na frequência de visitas às lojas físicas e o surgimento da “compra do mês”, em que volumes maiores são adquiridos de uma só vez.
O consumidor moderno migra entre canais: fiz compra física, depois pesquisa em marketplaces, finaliza no e-commerce. A adesão de idosos ao comércio digital reforça a importância de interfaces acessíveis e seguras.
O avanço dos canais digitais transformou a relação entre empresas e consumidores. Marketplaces ganham força como pontos de descoberta e comparação de produtos, enquanto apps de varejo e plataformas online otimizam jornadas de compra.
A digitalização não só amplia o alcance mas também promove maior eficiência operacional. A automação de processos logísticos e a análise de dados em tempo real são fatores-chave para ajustar estoques e estratégias de pricing.
No entanto, o modelo de expansão baseado em estímulos artificiais—crédito facilitado e incentivos fiscais—mostra sinais de desgaste. A recuperação sustentável dependerá de investimentos em inovação e práticas estruturais sólidas.
Para prosperar neste contexto, as empresas devem alinhar processos e ofertas às expectativas do público. Algumas ações fundamentais incluem:
O atendimento omnicanal, que integra loja física, e-commerce e mobile, garante que o consumidor transite livremente entre ambientes, mantendo histórico de interações e preferência de produtos.
A adoção de práticas de boa-fé objetiva e a clareza nos contratos de e-commerce são essenciais para conquistar a confiança, sobretudo de públicos mais vulneráveis, como consumidores idosos.
Embora o salto registrado em 2024 mostre capacidade de resposta, a previsão de retração para o segundo trimestre exige resiliência e inovação constantes. O setor deve estar preparado para:
As perspectivas dependem também da recuperação da renda das famílias e da confiança dos consumidores. Boas práticas globais e benchmarks setoriais podem servir de bússola para manter a competitividade em um mercado fragmentado.
Por fim, a sustentabilidade do crescimento passa por inovação constante, respeito ao cliente e capacidade de antecipar tendências de comportamento. Assim, o varejo seguirá acompanhando e moldando-se ao perfil de cada consumidor.
Referências