Em 2025, a economia internacional enfrenta uma dinâmica de preços sem precedentes, que abala a trajetória de importantes produtos brasileiros. Exportadores, produtores e formuladores de políticas estão diante de desafios que exigem ações estratégicas imediatas.
Este artigo apresenta uma visão ampla dos principais dados, tendências e projeções, sugerindo caminhos para que o Brasil preserve sua competitividade e diversifique suas fontes de receita.
O Banco Mundial projeta uma queda de 12% nos preços globais de commodities em 2025, seguida de 5% em 2026, atingindo os menores patamares da última década. Esse movimento encerra o ciclo de alta que se iniciou após a pandemia e a guerra na Ucrânia, retornando a valores médios observados entre 2015 e 2019.
As principais causas dessa retração são:
Além disso, a volatilidade alcançou níveis históricos, gerando incertezas para exportadores e consumidores ao redor do mundo.
Entre janeiro e março de 2025, o Brasil exportou US$ 77,31 bilhões, praticamente estável em relação ao mesmo período de 2024. Os produtos líderes continuam sendo:
No entanto, alguns setores mostraram forte resiliência, registrando crescimento significativo:
Segundo a AEB, espera-se crescimento de 5,7% nas exportações de 2025, com soja recuperando a liderança (US$ 49,5 bi) à frente do petróleo (US$ 44,1 bi). O superávit comercial pode variar entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões, reforçando a importância do setor externo.
A persistente queda nos preços de petróleo e minério de ferro ameaça as receitas do governo federal, dificultando o equilíbrio fiscal em 2025. A deterioração na arrecadação pode limitar investimentos em infraestrutura e serviços públicos.
Ao mesmo tempo, a tempestade perfeita de estagflação – combinação de inflação elevada e baixo crescimento econômico – pressiona o setor agrícola, reduzindo a renda dos produtores.
Por outro lado, uma taxa de câmbio favorável e inovações tecnológicas na agroindústria oferecem vantagens competitivas que podem mitigar parte dos efeitos adversos.
Diante desse cenário desafiador, é imperativo adotar estratégias de diversificação e promover reformas estruturais. Entre as ações recomendadas:
Essas iniciativas podem sustentar o crescimento exportador e reduzir a exposição a choques externos.
O quadro de elevada volatilidade requer preparo contínuo. A diversificação das exportações, aliada à modernização da infraestrutura portuária e ao estímulo à biotecnologia, se mostra fundamental para garantir resiliência.
As projeções indicam que, mesmo com preços pressionados, o Brasil poderá manter um superávit robusto se investir na transformação de commodities em produtos de maior valor.
Em suma, a desaceleração global impõe desafios significativos, mas também abre portas para a inovação e a diversificação. Adotar políticas públicas coordenadas e fortalecer parcerias internacionais são passos cruciais para que o país mantenha sua posição de destaque no comércio mundial.
Referências