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Commodities agrícolas mantêm protagonismo nas exportações

Commodities agrícolas mantêm protagonismo nas exportações

18/09/2025 - 03:39
Marcos Vinicius
Commodities agrícolas mantêm protagonismo nas exportações

O agronegócio brasileiro consolida-se como o grande motor das exportações nacionais, contribuindo com quase metade de toda a receita do país. Apesar de desafios climáticos e oscilações de mercado, o setor mantém sua posição de liderança e revela novas oportunidades para diversificação e inovação.

Em 2024, o Brasil alcançou marcas históricas e, em 2025, a tendência de crescimento se mantém, refletindo a capacidade de adaptação e o investimento em tecnologia que marcam o setor. A seguir, apresentamos análise detalhada dos principais números, produtos, mercados e perspectivas.

Desempenho geral das exportações do agronegócio

Em 2024, as exportações de commodities agropecuárias do Brasil somaram US$ 137,7 bilhões em receita, superando os Estados Unidos e reafirmando a liderança mundial do agronegócio. Só entre janeiro e abril de 2025, o setor gerou US$ 52,7 bilhões em faturamento, o que corresponde a 49,2% do total exportado pelo país nesse período.

A evolução de 1,4% em relação aos primeiros quatro meses de 2024 demonstra como preços internacionais elevados podem compensar volumes ligeiramente menores. Em abril de 2025, o valor embarcado atingiu US$ 15,03 bilhões, um aumento de 0,4% na comparação anual.

Principais commodities exportadas

A diversificação da pauta exportadora é uma das forças centrais do agronegócio brasileiro. A seguir, destacamos os principais produtos que mantêm o país no topo do ranking global.

  • Soja em grãos: responde por cerca de 40% do total exportado em abril de 2025, com 15,27 milhões de toneladas. A receita foi de US$ 5,9 bilhões, mesmo com queda média de 9,7% no preço por tonelada.
  • Carnes bovina, suína e de frango: registraram crescimento em volume, superando barreiras tarifárias e conquistando mercados exigentes.
  • Celulose e algodão: impulsionados por demanda global crescente, especialmente na Ásia e Europa.
  • Café e suco de laranja: valorizados pela oferta limitada, alcançando patamares de preço elevados.
  • Óleo de milho: bateu recorde em abril de 2025, com US$ 55,3 milhões em exportações.

Mercados de destino e diversificação geográfica

A China permanece como o principal parceiro comercial do Brasil no agronegócio, mas houve ganhos expressivos em outras regiões, especialmente no Oriente Médio e Sudeste Asiático.

Embora a China absorva quase um terço das vendas, é notável o avanço em mercados não tradicionais, onde o Brasil aproveita lacunas deixadas por disputas comerciais e tarifas elevadas entre grandes potências.

Fatores de crescimento e sustentabilidade

O protagonismo brasileiro é sustentado por uma combinação de avanços tecnológicos, pesquisa constante e práticas de manejo mais eficientes. Nos últimos 50 anos, a produtividade de grãos quintuplicou, enquanto a área plantada apenas dobrou.

Além disso, o país investe em tecnologias de agricultura de precisão, sementes geneticamente melhoradas e manejo sustentável, o que garante ganhos de rendimento e, ao mesmo tempo, reduz impactos ambientais.

Outros fatores externos, como a guerra comercial entre EUA e China e eventos climáticos globais, também abriram espaço para o Brasil expandir sua presença, aproveitando-se da segurança alimentar oferecida por sua produção de larga escala.

Novos produtos e tendências emergentes

A pauta exportadora avança rumo à agregação de valor, incorporando produtos menos tradicionais e com maior valor agregado, como óleos vegetais, fibras especiais e proteínas diferenciadas.

  • Óleo de milho: maior valor registrado em abril de 2025, evidenciando o potencial de diversificação.
  • Proteínas diferenciadas: carnes especiais e cortes premium ganham espaço em nichos de mercado com maior disposição a pagar.
  • Fibras vegetais: algodão de alta qualidade e celulose para produtos sustentáveis apresentam crescimento consistente.

Perspectivas futuras e desafios

As projeções indicam crescimento contínuo das exportações agrícolas brasileiras, especialmente em mercados em desenvolvimento na Ásia e África. A consolidação de acordos comerciais e o fortalecimento de cadeias logísticas serão fundamentais para aproveitar essas oportunidades.

No entanto, o setor enfrenta desafios significativos, como a necessidade de expansão de infraestrutura portuária, a preservação de biomas e a adaptação a pressões ambientais. A manutenção do equilíbrio entre produtividade e sustentabilidade será essencial para garantir a competitividade global e o desenvolvimento econômico de longo prazo.

Em resumo, o agronegócio brasileiro segue como protagonista absoluto nas exportações, alicerçado em números recordes, liderança em commodities estratégicas e crescente diversificação. Ao mesmo tempo, fortalece-se a busca por inovação, agregação de valor e responsabilidade socioambiental. Este cenário inspira confiança e aponta para um futuro promissor, onde o Brasil continuará suprindo parte essencial da demanda mundial por alimentos e fibras.

Marcos Vinicius

Sobre o Autor: Marcos Vinicius

Marcos Vinicius