O processo eleitoral de 2026 no Brasil está reconfigurando as expectativas dos investidores e ampliando as oscilações nos principais ativos financeiros. À medida que candidatos se consolidam e pesquisas são atualizadas, riscos políticos se traduzem em volatilidade persistente nos mercados.
As últimas sondagens demonstram uma liderança confortável de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em cenários estimulados, com percentuais entre 35% e 43% das intenções de voto. Em simulações de segundo turno, Lula vence todos os adversários, embora com margem mais estreita contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente inelegível.
O ex-governador Tarcísio de Freitas consolida-se como principal nome da direita, recebendo de 15% a 24% das intenções, especialmente em São Paulo, onde mantém empate técnico com o petista. Já o pré-candidato André Janones (Avante) capta parcela significativa do eleitorado jovem.
Em cenário espontâneo, Bolsonaro lidera com 16,9%, seguido por Lula (13,5%), mas um expressivo 59,3% dos eleitores ainda não definiu sua preferência. Essa fragilidade na definição de votos reforça o potencial de reviravoltas até a escolha oficial.
A combinação entre incerteza política e conjuntura econômica externa intensifica oscilação em diversos indicadores. O Ibovespa, por exemplo, registrou quedas acentuadas nos últimos meses de 2024, resultado de:
Em paralelo, a volatilidade cambial ganhou contornos mais agudos. Projeções para 2025 apontam que choques externos — tais como tensões geopolíticas e guerras comerciais — podem ser o calcanhar de Aquiles do real, com movimentos abruptos frente ao dólar.
O risco país, medido pelos Credit Default Swaps (CDS), opera em níveis elevados, refletindo dúvidas sobre o compromisso fiscal do futuro governo e a capacidade de avançar reformas estruturais.
Diversos elementos contribuem para o cenário de instabilidade:
Adicionalmente, fatores externos, como a coordenação imperfeita de políticas monetárias entre grandes economias e o aumento do endividamento global, elevam a propensão a choques sistêmicos que reverberam na economia brasileira.
Diante desse ambiente, gestores e investidores buscam alternativas para mitigar riscos e preservar capital. As principais táticas adotadas incluem:
Essas abordagens permitem enfrentar momento de alta volatilidade eleitoral sem expor o portfólio a oscilações extremas. Investidores internacionais, em especial, reduzirem posições em ativos brasileiros ou buscam proteção via opções e contratos futuros.
Para ilustrar as diferenças de volatilidade, confira a tabela comparativa entre 2024 e projeções para 2025:
O ambiente eleitoral de 2026 é marcado por elevada incerteza e probabilidade de oscilações acentuadas nos mercados. A fragmentação do eleitorado, aliada às dúvidas fiscais, amplia riscos que demandam prudência.
Investidores devem manter vigilância constante sobre novas pesquisas, movimentos cambiais e indicadores de risco país. É fundamental combinar monitoramento de cenários e planejamento estratégico para ajustar alocações conforme o desenrolar do processo eleitoral.
Em suma, adotando práticas de hedge e diversificação, é possível enfrentar o período com maior resiliência, transformando incertezas políticas em oportunidades de médio e longo prazos.
Referências