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Avalie fundos de crédito privado para complementar a carteira

Avalie fundos de crédito privado para complementar a carteira

07/05/2025 - 23:09
Fabio Henrique
Avalie fundos de crédito privado para complementar a carteira

Em 2025, o mercado de fundos de crédito privado no Brasil segue em destaque, oferecendo boas perspectivas de crescimento para investidores que buscam retorno acima do CDI. Este artigo apresenta uma análise detalhada do cenário atual, tendências, critérios de seleção e riscos, para que você possa tomar decisões mais embasadas e fortalecer sua carteira de investimentos.

Panorama atual e contexto macroeconômico

O setor de crédito privado continua em ascensão graças aos juros ainda elevados e à busca dos investidores por segurança diante de um cenário macroeconômico desafiador e instável. Gestoras renomadas, como Augme, Capitânia, JiveMaua e XP Asset, destacam que a estabilidade regulatória e a preferência por ativos mais seguros têm atraído recursos significativos para a classe.

Mesmo com um cenário global incerto, o crédito privado doméstico se beneficia de um ambiente regulatório mais sólido e de medidas do Banco Central voltadas ao fortalecimento do sistema financeiro. O resultado tem sido um fluxo constante de recursos, principalmente de investidores institucionais.

Além disso, a perspectiva de juros estáveis ou em ligeira redução, sem cortes abruptos, mantém o segmento atrativo para investidores com horizonte de médio a longo prazo. A combinação de rentabilidade e proteção traz um apelo único aos fundos de crédito privado.

Tamanho e crescimento do mercado

O boom das debêntures em 2024 foi impressionante: as emissões saltaram de R$ 236,6 bilhões em 2023 para R$ 473,66 bilhões, uma alta de 100% no volume emitido. No entanto, nos meses finais de 2024, houve resgates acentuados, especialmente em fundos mais líquidos, com saídas de R$ 13,4 bilhões em novembro e R$ 45,1 bilhões em dezembro.

Esses números evidenciam a forte demanda por crédito privado, mas também apontam para a necessidade de disciplina e planejamento na gestão de saques, considerando a variação de liquidez ao longo do ano.

Além disso, o crescimento expressivo indica maturidade do mercado e maior capacidade de absorção de novas emissões, criando oportunidades para quem busca diversificação.

Motivações para investir em 2025

  • Juros altos que tornam o crédito privado atrativo na renda fixa.
  • Diversificação da carteira, reduzindo a exposição a ativos voláteis.
  • Potencial de alpha consistente em longo prazo para investidores criteriosos.
  • Menor sensibilidade à volatilidade dos mercados de ações.

Para quem planeja o médio e longo prazo, os fundos de crédito privado podem ser uma fonte de rendimento complementar, ajudando a suavizar oscilações de outras classes de ativos e garantindo uma rentabilidade previsível.

Critérios de análise e seletividade

Em 2025, a gestão mais criteriosa e eficiente se mostra fundamental. A alta do endividamento corporativo e eventos recentes, como o caso Lojas Americanas, reforçam a importância de uma análise rigorosa do emissor.

  • Avaliar o rating e histórico de pagamentos da empresa emissora.
  • Analisar a estrutura de garantias e colaterais associados.
  • Considerar a diversificação de emissores e setores.
  • Verificar a política de liquidez e prazos de resgate.

Henri Rysman, do BNP Paribas Asset Management, enfatiza que “a gestão mais seletiva vai fazer diferença” e André Fadul, do Safra Asset, alerta que “a seletividade é a chave para 2025”. Esses posicionamentos demonstram o valor de escolher gestores com processos robustos.

Riscos e gestão de carteira

Apesar do bom desempenho histórico, fundos de crédito privado não são livres de riscos. É crucial atentar para uma série de variáveis que podem impactar a rentabilidade e a segurança da carteira.

  • Risco de crédito em casos de falência ou atraso de emissores.
  • Risco de liquidez em fundos com prazos longos ou baixa frequência de negociação.
  • Risco de marcação a mercado, que pode impactar o valor dos ativos em cenários de estresse.

É importante lembrar que em cenários de aperto monetário, empresas com alto grau de alavancagem podem enfrentar dificuldades, elevando a probabilidade de calotes e afetando a performance dos fundos. A marcação a mercado em momentos de pânico pode gerar volatilidade temporária nos preços.

Estratégias de diversificação e conclusão

Além da alocação em fundos de crédito privado, muitos especialistas sugerem combinar com fundos multimercado e renda fixa tradicional, equilibrando risco e retorno. Christopher Galvão, da Nord, destaca que a queda gradual dos spreads pode tornar multimercados mais atraentes para alguns perfis de investidores.

Ao montar a carteira, é importante definir objetivos de retorno e horizonte de investimento, equilibrar o percentual entre crédito privado, multimercados e renda fixa, e revisar periodicamente a exposição para ajustes conforme o cenário. Em conjunto com uma avaliação criteriosa de cada fundo, essa abordagem tende a maximizar a relação risco-retorno ao longo de 2025.

Portanto, ao considerar fundos de crédito privado para complementar a carteira, avalie a conveniência de alocar entre 10% a 30% do portfólio, balanceando potencial de retorno e perfil de risco. Consulte sempre o regulamento do fundo e acompanhe relatórios de performance e risco para ajustes contínuos.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fabio Henrique