Em um mundo cada vez mais conectado e consciente, investidores e empresas buscam alinhar resultados financeiros a valores éticos. Os ativos ESG representam essa convergência, consolidando-se como instrumentos capazes de gerar retorno e impacto positivo.
O crescimento dos ativos ESG segue em ritmo acelerado. Estima-se que o volume global atinja US$ 53 trilhões até 2025, equivalente a um terço de todo o patrimônio sob gestão mundial. Esse movimento ocorre em resposta à demanda crescente de consumidores e investidores, que exigem padrões mais elevados de responsabilidade.
Em 2022, os Estados Unidos se destacaram como o principal polo de expansão, enquanto a Europa manteve cerca de metade de todos os recursos ESG. Esse cenário reforça a reputação sólida junto ao mercado global que empresas ESG conquistam, traduzida em maior resiliência e menor volatilidade.
ESG, que significa Environmental, Social and Governance, vai além de um simples código de conduta. Tornou-se um diferencial competitivo em nível global, impulsionando a reputação, a atração de clientes e a confiança de analistas de mercado.
Empresas bem avaliadas em critérios ESG costumam reunir:
Para investidores, ativos ESG combinam rentabilidade financeira e impacto positivo, criando portfólios mais diversificados e resilientes.
No Brasil, o tema ESG vive um momento decisivo. Pressões sociais, regulatórias e de mercado obrigam empresas de todos os portes a rever processos, produtos e práticas de governança.
Com 98,8% de micro, pequenas e médias empresas, é urgente oferecer suporte e capacitação. Iniciativas como a manufatura reversa — reciclagem de materiais industriais — demonstram que sustentabilidade e retorno econômico podem caminhar juntos.
O avanço regulatório fortalece o mercado ESG nacional. A Lei n.º 15.042/2024 instituiu o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), abrindo caminho para negociação de créditos de carbono como ativos financeiros.
Em paralelo, a criação de uma taxonomia sustentável oficial trará clareza sobre o que caracteriza atividades verdes, facilitando investimentos e reduzindo riscos de "greenwashing".
A adoção de políticas ESG ainda enfrenta obstáculos significativos no Brasil, como escassez de recursos humanos especializados e falta de padronização de métricas. Superar essas barreiras exige capacitação interna e mobilização multistakeholder.
O investimento em treinamento, tecnologia e governança transparente será crucial para criar uma cultura organizacional focada em resultados de longo prazo e para reduzir riscos de compliance.
Embora os desafios sejam reais, as oportunidades são ainda maiores. A combinação entre motor de valor de longo prazo e propósito social cria terreno fértil para inovação e novos modelos de negócio.
Setores como finanças verdes, infraestrutura sustentável, tecnologia limpa e cadeias de suprimentos circulares ganham destaque. O Brasil, com seu potencial em energias renováveis e agricultura de baixo impacto, pode atrair capitais globais interessados em projetos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Investidores focados em alto desempenho financeiro e sustentabilidade encontrarão no mercado brasileiro ativos competitivos, respaldados por uma base regulatória cada vez mais sólida e por casos de sucesso que comprovam o valor estratégico do ESG.
O movimento ESG veio para ficar, unindo resultados econômicos a propósito e responsabilidade. Adotar essa visão é preparar empresas e carteiras de investimento para os desafios do século XXI.
Ao incentivar práticas que promovam impacto positivo de longa duração, governos, empresas e investidores contribuem para um futuro mais justo, resiliente e próspero. A hora de agir é agora: o equilíbrio entre propósito e rentabilidade está ao alcance de todos.
Referências