Logo
Home
>
Análise de Mercado
>
A digitalização acelera a transformação no setor bancário

A digitalização acelera a transformação no setor bancário

28/12/2025 - 23:45
Fabio Henrique
A digitalização acelera a transformação no setor bancário

O setor bancário brasileiro vive uma verdadeira revolução impulsionada pela digitalização. Em poucos anos, os modelos de relacionamento com clientes, as operações internas e os produtos financeiros mudaram de forma significativa. Neste artigo, exploramos os principais dados e tendências recentes, identificamos os fatores que aceleram essa transformação e apontamos desafios e perspectivas para os próximos anos.

Investimentos em tecnologia e escala da digitalização

Os bancos direcionam esforços enormes para modernizar suas plataformas e processos. Segundo projeções para 2025, a cifra de investimentos em tecnologia deve alcançar R$ 47,8 bilhões, marcando um crescimento de 13% em relação a 2024. Essa inversão histórica de recursos demonstra a confiança das instituições no retorno proporcionado pela inovação.

  • Inteligência Artificial (IA) e IA Generativa: aumento de 61% nos aportes;
  • Computação em Nuvem (Cloud): crescimento estimado em 59%;
  • Projetos regulatórios como Pix: alta de 48% nos investimentos;
  • Open Finance: expansão prevista de 65% em 2025.

Mais de 80% das instituições já incorporaram IA Generativa, relatando ganhos de eficiência operacionais em torno de 11,4%. Quase 40% informam aumentos superiores a 20% na produtividade após a adoção dessas tecnologias.

Digitalização das transações bancárias

O avanço da digitalização é evidente nas estatísticas de uso. Em 2024, 82% de todas as operações bancárias no Brasil foram realizadas em canais digitais, e o Pix consolidou-se como o principal meio de transferências.

  • 25 bilhões de transações Pix em 2024, um salto de 41% ante 2023;
  • 75% das operações são feitas via dispositivos móveis;
  • Somente 5% ocorrem em agências ou terminais físicos;
  • Queda de 14% nas transações presenciais.

Essa migração reflete a preferência mobile first dos clientes e a eficiência na experiência de autoatendimento, reduzindo custos e filas nas agências.

Benefícios principais para as instituições

  • Ganho de eficiência e redução de custos: citado por 74% dos bancos;
  • Reforço na segurança de dados: apontado por 63%;
  • Melhora na análise de informações: indicado por 58%;
  • Aumento da personalização de serviços: relatado por 47%.

Essa combinação de vantagens cria um ambiente mais competitivo, no qual a velocidade de atendimento e a oferta personalizada se tornam diferenciais estratégicos.

Tecnologias emergentes e transformação cultural

A aposta em tecnologias disruptivas vai além da aquisição de ferramentas: envolve uma mudança profunda na cultura organizacional. O intraempreendedorismo emerge como peça-chave, estimulando a criação de polos internos de inovação e a experimentação com metodologias ágeis.

Conceitos como open banking, blockchain e inteligência artificial colaboram para a geração de soluções incrementais em produtos e processos. Parcerias com universidades, como a do Itaú, revelam o engajamento do setor em construir centros de pesquisa que aprimoram algoritmos de IA e formatos de atendimento digital.

Mudanças no modelo de negócios e novas ofertas

Com a digitalização, o banco deixa de ser apenas um provedor de crédito e passa a funcionar como um hub de serviços financeiros. As plataformas digitais permitem a integração de produtos de investimentos, seguros, consórcios e serviços de pagamento em um único app.

O Open Finance e o Pix criam ecossistemas nos quais fintechs e bancos digitais disputam espaço por meio de soluções específicas, gerando maior diversidade de ofertas e maior autonomia para os consumidores na escolha de parceiros e plataformas.

Principais indicadores e tendências

Para visualizar o cenário de forma consolidada, apresentamos abaixo uma síntese dos números mais relevantes:

Desafios e perspectivas futuras

Apesar dos avanços, o setor enfrenta desafios complexos. A adaptação cultural rápida continua sendo um obstáculo, pois exige mudança de mentalidade e capacitação constante das equipes. Além disso, o aumento do volume de dados e da sofisticação dos ataques cibernéticos impõe rígidos controles de segurança.

Outro ponto crítico é a inclusão digital: enquanto parte da população migrar para canais digitais, uma parcela pode ser excluída sem estratégias adequadas de educação financeira e acesso à tecnologia.

Para o futuro, espera-se que os bancos se consolidem como plataformas abertas, oferecendo serviços personalizados em tempo real, baseados em dados de comportamento e perfil de risco. A expansão contínua dos investimentos tecnológicos e a adoção de parcerias estratégicas moldarão um setor mais dinâmico, colaborativo e centrado no cliente.

Em suma, a digitalização não é apenas uma tendência, mas o motor principal da evolução bancária. Instituições que conseguirem equilibrar inovação, segurança e empatia na experiência do usuário estarão à frente na construção do futuro financeiro do Brasil.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fabio Henrique