O setor bancário brasileiro vive um momento histórico em que a tecnologia redefine processos, serviços e modos de relacionamento. Com investimentos bilionários e iniciativas ousadas, instituições financeiras se adaptam para atender a um público cada vez mais conectado e exigente.
Em 2025, os bancos do país planejam destinar R$ 47,8 bilhões em tecnologia, um aumento de 13% em relação ao ano anterior. Esse volume recorde de investimentos resulta de uma estratégia de longo prazo, que acumula alta de 58,4% nos últimos cinco anos e mira áreas como Inteligência Artificial, computação em nuvem e analytics.
A consolidação dessas soluções promete acelerar o desenvolvimento de produtos, automatizar processos e criar novos canais de interação. Destacam-se ainda aplicações voltadas à melhoria da experiência interna, com equipes bancárias mais ágeis e informadas.
Além disso, novas frentes como o Pix e o Open Finance seguem em alta. Para 2025, os aportes nesses segmentos devem subir respectivamente 48% e 65%, consolidando-se como pilares da inovação bancária.
Com 82% das transações já ocorrendo por meios digitais em 2024, o Brasil se aproxima de um patamar verdadeiramente conectado. A predominância do celular é evidente: 75% dessas operações são realizadas por aplicativos móveis, elevando a conveniência e o alcance dos serviços financeiros.
O Pix, com 25 bilhões de transações em 2024, avançou 41% em um ano, tornando-se o principal meio de pagamento. A digitalização reduz a burocracia, possibilita atendimento 24 horas e substitui etapas presenciais, como solicitações de crédito e consultas bancárias.
Essa migração reflete o desejo por agilidade e personalização de serviços, moldando um novo perfil digital dos usuários e pressionando os bancos tradicionais a competir com fintechs e big techs ágeis.
A adoção de IA generativa e outras tecnologias proporciona ganhos significativos. Instituições que aplicam essas soluções relatam eficiência média 11,4% superior, e 38% delas afirmam ter visto melhorias acima de 20% em processos críticos.
As vendas e lucros também se beneficiam desse ambiente digital, que acelera o lançamento de produtos, adapta-se rapidamente às demandas de mercado e fortalece a relação com o cliente por meio de soluções inteligentes e proativas.
A automação modifica funções antes realizadas manualmente, como análise de crédito e processamento de pagamentos. Esse cenário exige que os profissionais desenvolvam novas competências, desde o domínio de ferramentas digitais até a capacidade de comunicação em ambientes virtuais.
Instituições precisam investir em capacitação, promovendo programas de requalificação e criando uma cultura de inovação aberta. Essa mudança reforça a importância do fator humano, pois, embora a tecnologia apoie processos, o atendimento de excelência continua dependente de colaboradores preparados e engajados.
Apesar dos avanços, obstáculos persistem. A inclusão digital de clientes mais velhos ou menos familiarizados com tecnologia ainda é um ponto crítico, exigindo interfaces intuitivas e suporte especializado.
Equilibrar inovação e confiança requer estratégias de governança robustas, capacitação de equipes e parcerias com hubs de tecnologia ao redor do mundo.
O horizonte para o setor inclui a expansão do Open Banking, a incorporação de blockchain em processos de compliance e pagamentos internacionais, e a integração com ecossistemas tecnológicos globais. Instituições que fomentam intraempreendedorismo e aceitação de falhas tendem a acelerar ainda mais sua capacidade de inovar.
Centros de inovação conectados internacionalmente, alianças com startups e laboratórios de P&D emergem como ambientes propícios para prototipagem de serviços disruptivos e soluções customizadas.
A digitalização representa muito mais do que um conjunto de ferramentas: é um movimento transformador que impacta clientes, colaboradores e a própria estrutura das instituições financeiras. Para surfar essa onda de mudanças, bancos precisam alinhar investimentos estratégicos, cultura organizacional e foco no usuário.
Ao abraçar a tecnologia com propósito e agilidade, o setor bancário brasileiro pode se tornar referência global, combinando eficiência operacional com experiência humanizada. O futuro é digital e exige de todos nós, líderes e profissionais, uma postura proativa para construir serviços financeiros mais inclusivos, seguros e inovadores.
Referências