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A aceleração do open finance amplia concorrência entre bancos

A aceleração do open finance amplia concorrência entre bancos

17/04/2025 - 02:36
Matheus Moraes
A aceleração do open finance amplia concorrência entre bancos

O Open Finance vem transformando o mercado financeiro brasileiro ao colocar o controle dos dados nas mãos dos consumidores. Desde sua implementação em 2021 pelo Banco Central, o ecossistema evoluiu rapidamente, impulsionando inclusão, inovação e um novo patamar de concorrência entre instituições.

Este artigo explora os marcos regulatórios, números expressivos, impactos diretos no setor e tendências que moldam o futuro do Open Finance no Brasil.

Introdução ao Open Finance no Brasil

O conceito de Open Finance representa a evolução do Open Banking, criando uma infraestrutura de dados abertos em que consumidores compartilham suas informações financeiras mediante consentimento.

A intenção principal é democratizar o acesso a produtos e serviços, reduzir assimetrias e permitir ofertas cada vez mais personalizadas, gerando um ambiente competitivo saudabilíssimo.

Novas regulamentações e exigências

Em julho de 2024, o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional publicaram uma série de resoluções que ampliaram o escopo do Open Finance. A vigência total entrou em janeiro de 2025 e incluiu:

  • Integração obrigatória de conglomerados com mais de cinco milhões de clientes por dois trimestres consecutivos.
  • Inclusão de instituições que operam Pix e iniciadoras de pagamentos, fortalecendo a atuação das fintechs.
  • Flexibilização do compartilhamento de serviços de iniciação de pagamento via Pix, reduzindo barreiras de entrada.

Essas medidas reforçam a intenção do regulador de estimular competitividade e inovação, criando um ambiente equilibrado para bancos tradicionais e novos entrantes.

Dimensão e números do Open Finance

A adoção do Open Finance no Brasil surpreendeu pelo ritmo acelerado. Até 2025, já existiam:

Esse crescimento reflete o engajamento de usuários e instituições, além do impacto direto na dinâmica dos meios de pagamento e crédito.

Impactos diretos na concorrência

O sistema bancário brasileiro sempre foi considerado altamente concentrado e resistente a mudanças. Com o Open Finance, surgem novas oportunidades:

  • Quebra das barreiras informacionais, permitindo acesso igualitário aos mesmos dados.
  • Possibilidade de comparação de produtos em múltiplas plataformas, aumentando o poder de negociação dos clientes.
  • Entrada facilitada de fintechs e startups, intensificando a disputa por inovação.

Consumidores agora possuem ferramentas para escolher soluções financeiras que atendam melhor às suas necessidades, enquanto pequenas e médias empresas encontram crédito com menos burocracia.

Expansão de escopos: investimentos e seguros

O Open Finance não se limita às contas correntes. Atualmente, já contempla:

Informações sobre investimentos, posições em fundos e ativos negociados em bolsa por meio de iniciativas como Open Investments e Open Capital Markets. A tendência é incorporar em breve dados de seguros e previdência.

Isso cria um ambiente financeiro integrado, no qual o cliente visualiza e gerencia toda sua vida financeira em um único ecossistema, aumentando ainda mais a competição por jornada.

Tecnologia e experiência do cliente

O sucesso do Open Finance está ancorado em tecnologias avançadas, como APIs abertas, inteligência artificial e automação de processos. Esses recursos permitem:

  • Personalização de ofertas com base em comportamento e perfil de risco.
  • Fluxos de onboarding rápidos, reduzindo atritos na abertura de contas e contratação de serviços.
  • Maior precisão na análise de crédito, apoiada por dados em tempo real.

A combinação desses elementos gera experiências hiperfocadas no usuário, tornando a retenção e a fidelização diferenciais cruciais.

Tendências e desafios futuros

Embora promissor, o Open Finance enfrenta desafios que exigem atenção contínua:

Segurança de dados, padronização técnica e educação financeira do usuário são pilares que demandam investimentos constantes. Além disso, o aumento exponencial de informações compartilhadas impõe à regulação a tarefa de equilibrar inovação e proteção ao consumidor.

Especialistas apontam para a necessidade de comunicação clara sobre riscos e benefícios, reforçando a confiança dos usuários em todo o processo.

Considerações finais

A aceleração do Open Finance no Brasil está promovendo uma revolução silenciosa. Ao estimular a competição, esse modelo contribui para a expansão de crédito, redução de custos e eficiências administrativas.

Para as instituições financeiras, participar desse ecossistema deixou de ser apenas uma vantagem competitiva e tornou-se requisito básico para permanecer relevante. O futuro do setor estará moldado por quem melhor souber aproveitar o poder dos dados e oferecer soluções centradas nas necessidades do cliente.

Matheus Moraes

Sobre o Autor: Matheus Moraes

Matheus Moraes